quarta-feira, 7 de outubro de 2009

World of Warcraft – O jogo no estágio atual – O que a Blizzard pretende para o futuro.

Esse post tenta analisar a tendência da Blizzard desde a implantação pré Wrath of the Lich King – WotLK (com o patch conhecido como Echoes of Doom), até os dias de hoje e prevendo as possíveis mudanças que teremos no futuro com a expansão Cataclysm. Na verdade é mais uma análise do ponto de vista pessoal do que uma análise fundada em informações secretas da Blizzard. Essa análise foi feita com base na minha experiência como jogador e nas alterações e declarações que os “Blue Posters” (leia-se na maioria das vezes Gosthcrawler) colocam no fórum oficial.

E ela começa com a minha própria história como jogador de WoW.

Estou jogando WoW faz mais ou menos 2 anos e pouco. Minha guilda se originou no Ragnarok oficial, acabou indo para um “Private Server” de ragnarok e chegou aquele ponto onde o design e o conteúdo do jogo já não atendiam mais os anseios do pessoal que jogava.

A fim de testar novos mundos e jogos, uma parte da guilda migrou para um “Private Server” de WoW, cujo nome não importa, mas que era quase Blizzlike, digo quase porque tinha que upar (pelo menos por um tempo) e quase tudo funcionava (isso quando o servidor não caia e ficava fora do ar). Na época o level cap era de 70 e o end game era o Illidan, já que Sunwell estava bugada e desativada. Assim pudemos ter o real gosto do end game, pelo menos a parte dos jogadores que estavam equipadas. Na verdade Black Temple inteira exigia muito dos healers, tankers e DPS, muito mais do que hoje, mas me apresso no assunto, voltando ao WoW – TBC (The Burning Crusade).

Nessa época minha vida de jogador era mais ativa. Podia logar mais, minha esposa não enchia tanto o saco, assim pude me equipar em pouco tempo e testar o end game mais rapidamente, mas realmente o end game era quase impossível para um casual player, a dificuldade envolvida com Sunwell Plateau era tão grande, que muitas guildas praticamente não conseguiram zerar a instance. Ouço rumores de que, mesmo para jogadores equipados com equipamentos do WotLK e com 10 lvls a mais, a instance ainda pode ser desafiadora, no quesito de estratégia para matar o boss.

Mas isso acabou mudando completamente.

Com a vinda do patch pré Wrath of the Lich King, ganhamos acesso aos talentos finais de cada classe, sem ter que upar um lvl sequer. No primeiro dia do Patch eu gastei cerca de 100 gold só respecando meu Warlock na época. Lembro que a primeira coisa que fiz foi testar a Demon Form do Warlock, só pra depois mudar pra Destruction e logo depois voltar pro Affliction. E no Affliction eu respequei umas 3 vezes por conta de tunar as habilidades.

Logo depois veio o WotLK, com diversas instances 5 man para acelerar o leveling. Diversas quests podiam ser feitas dentro das instances, os mapas eram enormes, e a quantidade de quests inacreditáveis. Mesmo para um jogador casual (jogo de 2 a 3 horas a noite de 4 a 5 vezes por semana) eu consegui upar de 70 a 80 em menos de um mês. Nessa época eu estava com mulher grávida de 7 meses e meu tempo, que já era limitado, ficou ainda mais limitado.

Logo depois veio meu filho, duas mudanças de emprego e uma mudança de casa. Isso tudo me fez abandonar o blog, porque manter o blog, o emprego, a família, o jogo e a sanidade era um pouco difícil. Hahahahahahahah

Mas vejo que, com as mudanças recentes o jogo está mais casual do que hardcore.

A QUANTIDADE DE DUNGEONS E RAIDS:

Quem jogou WoW um ano atrás e joga hoje verifica a quantidade de mudanças feitas pela Blizzard no jogo. Talvez seja reflexo de ter perdido quase 1.000.000 de jogadores para o Conan (90% já voltaram para a Blizz), ou ainda pelo lançamento do Warhammer, mas desde o lançamento do WotLK a Blizzard vem lançando cada vez mais conteúdo.

Temos Vault of Archavon com 3 boss, Naxx, Ulduar, OS, Malygos, 14 heroicas se não me falha a memória, Onyxia, Trial of the Champion, Trial of the Crusader, tudo isso em menos de um ano. O The Burning Crusade, antiga expansão, chegou a isso com quase dois anos de existência.

E semana passada a Blizzard anunciou duas novas Five man e em dezembro a Icecrown Citadel com mais 12 bosses.

Ou seja, só para jogar todo esse conteúdo, é preciso de tempo.

Um exemplo: eu por exemplo não faço quest diária (a não ser a de JC que demora 10 minutos e a daily heróica), não faço evento anual (ano passado fiz só o do dia das bruxas), não faço muito achievement.

Isso porque foquei em dungeon e raid. Como tenho pouco tempo disponível, e é progredir nesse conteúdo que me diverte, foco todo o meu jogo nele. PvP faço de vez em quando.

E isso mudou ainda mais depois que comprei esse novo char. Isso porque foquei no Paladino, que é uma classe que pode desempenhar os 3 papéis no jogo (tanker/healer/DPS) e optei minha dual spec pelas duas specs mais procuradas pra Raid, quais sejam, Holy e Protection nessa ordem. Isso me garante que, mesmo não sendo da guilda, tenha lugar garantido em raids e dailies.

BRING THE PLAYER NOT THE CLASS:

Essa foi uma mudança primordial no modo de design das dungeons e raids do WoW. Ao permitir que qualquer composição de party/raid possa ter acesso a um dungeon ou raid, desde que tenha os 3 papéis do jogo (tank/heal/DPS) foi uma maravilha. Até um tempo atrás, as composições das partys e raids eram meio fixas, se num tivesse um determinado tipo de composição, matar o boss ficava praticamente impossível.

Claro que tem boss que ainda é mais fácil de matar se uma determinada classe está presente, vide Priest para o Instructor Razuvious em Naxx, ou ainda a facilidade de matar a Argent Confessor Paletress se um shaman com Tremor Totem estiver presente, ou um Death Knight no Black Knight para castar o Army of Dead na segunda fase e o escudo de magia na terceira fase. Mas mesmo sem uma dessas classes, o boss ainda pode ser morto.

O Ghostcrawler sempre disse que a filosofia da Blizzard daqui para frente seria essa. Qualquer party ou raid que tenha a quantidade certa de Heal/Tank/DPS pode matar qualquer boss do jogo. E isso facilita em muito a vida do casual player, que, na maioria das vezes não pode se dedicar a ter diversos personagens para colocar em cada um dos papéis existentes.

AS BADGES – MARAVILHA PARA O JOGADOR CASUAL

Nunca reclamei do sistema de loot ou do percentual de chance de drop de um item. Para quem jogou Ragnarok, sabe que Loot difícil era uma carta com 0,1% de chance de drop. E a maioria das cartas (que se equipara a uma gema e um enchant do WoW mais ou menos) tinha esse drop rate. Conseguir uma carta, e ainda por cima a carta certa, era uma questão de paciência, perseverança e sorte (uma vez eu andava pelo mapa dos Pecos e dropei uma carta Peco Peco matando apenas um Peco Peco que cruzou meu caminho e a carta era uma das melhores cartas para Knight do jogo).

No WoW, desde que você esteja em um dungeon ou em uma instance, você tem a chance de conseguir um item. Claro que tem o /roll envolvido no esquema, mas em uma raid como Naxx por exemplo com 15 boss envolvidos, que dropa pelo menos 3 itens, são 45 itens para 25 pessoas, ou seja, só sendo muito azarado para sair sem nada.

Na guilda Los Cocha Bambas da qual faço parte, quando Naxx entrou em modo farm pelo grupo de raiders, todo mundo conseguiu equipar o char inteiro e a offspec, além de sobrarem vários itens que eram desencantados e colocados no guild bank para uso posterior.

Não bastasse o sistema de loot e drop, ainda existem as badges. Ou seja, mesmo que você seja o jogador mais azarado do mundo em termos de drop e quando dropa o item você ainda tem azar e dá um /roll de 1, mesmo assim pode acumular badges para trocar por equipamento top de linha, inclusive os famigerados Tiers.

Em 3 semanas de Patch 3.2.2, fui capaz de levar o char novo (Paladino comprado 3 semanas atrás) a ter uma pontuação de 2.300 no WoW Heroes e cerca de 4.400 no Gearscore. Fiz tanta dungeon 5 man e as dailies que to com 2 partes do T8 e uma do T9, fora outras partes que fui farmando em ToC H.

As badges acabam recompensando o jogador regular e não somente aquele Raider hardcore.

E agora com a Daily heróica dando Badge of Triumph, melhor ainda, porque o conteúdo desenhado com tanto cuidado pelos desenvolvedores do jogo, pode ser apreciado novamente. Para mim é uma maravilha quando estou lockado em tudo e posso ir em heróicas, seja para fazer a daily, seja para farmar badge mesmo. Teve uma noite tranqüila que farmei cerca de 20 badges.

OS HEROIC MODES E HARD MODES

E para que o jogador hardcore não fique triste pela “facilitação” do jogo, a Blizzard criou os Hard Modes para eles, onde dropam os itens normais e adicionalmente o item exclusivo de Hard Mode. Mesmo assim, muito jogador Hardcore não fica satisfeito com isso, acha que facilitando o jogo a Blizzard está afastando jogadores fiéis.

Mas vejamos, WoW tem cerca de 13.000.000,00 de assinantes mensais. Se 10% forem hardcores, ou pretenderem ser, são apenas 1.300.000 jogadores contra 11.700.000 que não são. Muito tem se reclamado da facilidade do jogo, mas eu nunca consegui fazer OS com algum dos Drakes vivos, ou seja, esse hard mode eu nunca fiz e nem tenho a pretensão de fazer.

Se eu conseguir raidar todas as instances do jogo, matando o boss é claro, para mim estará de bom tamanho. Lembro que no tempo do Illidan, mesmo estando em um Server bugado, com itens donate, um monte de players armados até os dentes com os melhores equipamentos, ainda assim demoramos cerca de um mês para completar a instance inteira (para mim a mais bonita do WoW) e matar o chifronésio. Cansei da quantidade de wipes que tomei do Illidan e em Zulaman eu nem conto. Serpenstine Cavern era um inferno em termos de Raid.

Realmente alguns bosses são mais fáceis que outros. Onyxia eu achei uma pusta apelação. Ainda não matei a rabuda, mas em termos de heal a luta é bem facinha e todos sabem que curar é o papel mais difícil de uma raid (aliás to preparando um post sobre healers).

Mas para os harcores raiders, essa é a chance de mostrarem que são melhores que os outros. E isso é uma coisa que eles adoram fazer. Motivo pelo qual, se lançar um Server nacional para mim será uma maravilha, pois fico no Server gringo. Mesmo eles odiando BR’s, prefiro me misturar a eles do que ficar ouvindo merda de jogadores brasucas que se acham deuses dentro do jogo.

Eu até pretendo um dia tentar algum hard mode, mas como eu disse acima, se conseguir matar todos os bosses do jogo (com excessão de Occulus que acho um saco), para mim está de bom tamanho. Serviço cumprido.

E ainda nesse tema, a nova instance Trial of the Crusader, tem o 10 man mode e o 25 man mode, e ambos tem o heroic mode. Grande sacada da Blizzard, dá pra ir evoluindo aos poucos no conteúdo e dificultando cada vez que conseguir um improvement no equipamento.

PUG’s – o céu ou o inferno.

Conforme eu disse acima, com tudo isso de conteúdo, e os modos normais sendo relativamente acessíveis a todos, o jogo tem tido cada vez mais PUG (Pick up Group em ingreis dos United States). Aliás a Blizzard gostou tanto desse incremento em PUG’s que agora poderão ser criadaqs PUG’s inter-servers, ou seja, você coloca seu nome lá e que papel pode desempenhar e ele ficará acessível a todos os servers (ou pelo menos para o mesmo Battlegroup do qual você faça parte).

E as PUGs podem ser o céu ou o inferno. Já participei de tudo quanto é tipo de PUG, bem sucedidas e mal sucedidas. Geralmente quando ela é bem sucedida é porque os players que a compõe fazem parte de guildas conhecidas e que estão em conteúdo diferente da que o cara está indo. Dependendo do nível dos players em uma PUG eu já sei se vai dar merda ou não.

Semana passada, por incrível que pareça entrei em 12 – ISSO MESMO – 12 Pugs para matar a Onyxia. Variando de 10 ou 25 pessoas e em nenhuma delas consegui matar ela. Isso porque os players são desorganizados, na maioria das vezes não ouvem o líder da Raid (que geralmente tem razão). E DPS, desculpem generalizar, mas no mais das vezes é desatento. Sei disso porque era meio desatento e achava que era obrigação do healer me manter vivo. E agora que eu curo, descobri que, sem a ajuda dos DPS, não há santo que impeça um wipe.

Em todas as tries, os players não corriam no Deep Breath ou ficavam agrando os whelps ou ficavam tomando rabada dela. Mas que raios, o líder vivia gritando para saírem de trás dela e ainda assim tinha player que ficava lá. Como diria um amigo meu, DPS desatento tem que morrer mesmo.

Em algumas PUGs mais organizadas, os DPS que não se enquadrem são chutados da party, porque DPS você acha de monte no Server.

Logo depois de uma try dessa, o líder da PUG me chamou pra Vault 25 porque tinha acabado Wintergrasp. Fizemos ela inteira em menos de 20 minutos sem nenhum wipe e depois fizemos 10 man em mais 10 minutos. Essa é a verdadeira loteria atual do WoW, mas vem mudando. Eu só entro em PUG quando o cara pede os achievements ou o gearscore do player, isso facilita um pouco as coisas na hora de organizar e evita dor de cabeça desnecessária.

E o que o jogo nos reserva para o futuro? Claro que mais diversão para o casual, sem desprezar os desafios para os hardcore players.

Fico por aqui.

Abraços

Ganso

4 comentários:

Unknown disse...

fala Gansola, bom que o Blog voltou...nos vemos em azeroth.

abs

Totty

Damm disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Damm disse...

Muito bom post. Primeira vez aqui e vejo ponderação nos posts.

Faço minhas as suas palavras, já que sou um casual player quase idêntico a você (no que diz respeito a tempo de jogo curto e prioridades no jogo).

Ótimo blog.

Rafael disse...

CARA SOU SEU FÃ! essa é a primeira vez que entro em seu blog, ainda estou aprendendo a jogar wow, e sempre me deparo com alguns problemas que a vida nos reserva, como trabalho, faculdade, namoro e afins.
Apesar de tomar gosto por WOW, e tudo mais, sempre fico chateado por ser um tiozão no meio de um monte de pentelho de 15 anos, e é muito bom saber que tem gente mais velha jogando, que trabalha, namora, tem filhos e afins.
realmente é muito difícil conciliar a vida real com a vida in game, mas dá se sempre um jeito!
gostei muito do seu blog, principalmente pelo conteúdo bem explicativo, a forma que se aborda os temas, e a maturidade dos assuntos (postar sem ser arrogante)

Parabéns pelo blog, e continue sempre postando!

Rafael Ericson